Hidrogênio verde: Enegix já vê terreno na ZPE-Ceará

Uma equipe da empresa australiana chegará aqui segunda-feira, 17, para tratar de contratos com a ZPE e de licenciamento ambiental com a Semace. A Linde/White Martins também quer investir em hidrogênio verde no Ceará

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Um time de técnicos e advogados da australiana Enegix Energy chegará segunda-feira a Fortaleza.

A Enegix é a empresa que, em fevereiro passado, celebrou com o Governo do Ceará um Protocolo de Intenções para a instalação, no Complexo do Pecém, de uma usina que produzirá hidrogênio verde voltada para a exportação.

Trata-se de um investimento de quase US$ 6 bilhões – maior do que o da usina da Companhia Siderúrgica do Pecém.

O secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet) do governo cearense, engenheiro Maia Júnior, disse à coluna que a equipe da Enegix Energy cumprirá agenda de reuniões com a diretoria da CIPP S/A e da ZPE Ceará.

Entre os itens dessa agenda, consta a localização da área que a usina de hidrogênio verde ocupará na ZPE Ceará e a elaboração do contrato para a sua aquisição.
  
Também consta uma reunião dos australianos com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e com a direção e os técnicos da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), com os quais tratarão a respeito do licenciamento ambiental do empreendimento.

Entusiasmado com “a rapidez com que tudo está acontecendo na área das novas energias no Ceará”, o secretário Maia Júnior revelou que, além da Enegix Energy, outra empresa estrangeira – a Linde/White Martins - também já celebrou Protocolo de Intenção com o governo cearense com o mesmo objetivo – a instalação de uma usina de hidrogênio verde na região do Pecém.

“Estamos negociando, há algumas semanas, com mais dois grupos estrangeiros, que têm, igualmente, interesse em construir aqui plantas industriais para a produção de hidrogênio verde, que será a energia que moverá o mundo no curto prazo”, disse Maia Júnior.

Como a produção de hidrogênio verde depende da oferta de água e de energia elétrica, o titular da Sedet revelou uma boa novidade: quatro grandes projetos de geração “off shore” (dentro do mar) de energia eólica”, a serem localizados no litoral cearense, estão em análise no Ibama.

São os seguintes:

Complexo Asa Branca Marinho Asa Branca I, com 50 aerogeradores e potência instalada de 400 MW; 

Energia Eólica Camocim Off Shore, com 100 aerogeradores e potência de 1.200 MW; 

Complexo Eólico Marítimo Jangada, com 200 aerogeradores e potência de 3 mil MW; 

Parque Eólico Off Shore Caucaia, que terá 59 aerogeradores e potência de 598 MW.

“Como se observa, o Ceará, que tem hoje uma potência instalada – de todas as fontes – equivalente a 7 GW (gigawatts), passará a gerar, nos próximos cinco anos, 13 GW, praticamente o dobro”, salienta Maia Júnior.

Ele lembra que, neste momento, o Ibama está analisando, para efeito de licenciamento ambiental, 15 projetos de geração de energia eólica “off shore”, três dos quais no Rio Grande do Sul, cuja potência passa dos 4.300 MW, dois no Rio Grande do Norte, com potência de 2.636 MW, e um no Piauí, com 999 MW de potência.

O secretário da Sedet faz os cálculos e prevê: 

"A indústria de equipamentos de geração de energia de eólica, parte dela instalada e em operação no Ceará, terá muito trabalho e muitas encomendas para os próximos anos”.  



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